RESISTANCE TO THE EAD LEARNING PROGRAM AND THE POSSIBILITIES IT
PROVIDES
Thaís da Silva Abdias – CIEE Rio
Viviane de Souza Silva – CIEE Rio
abdiasthais@gmail.com, silvaviviane@yahoo.com.br
Resumo. Este trabalho aborda a experiência de uma instituição de ensino com 59 anos de
atuação na formação de adolescentes e jovens para o mercado de trabalho. Em 2023, a
instituição implementou um programa de aprendizagem na modalidade de ensino a distância
(EAD). Apesar da resistência inicial à mudança, foram pensadas estratégias de atuação que
pudessem alcançar diferentes realidades e que gerassem oportunidades de emprego para uma
parcela da população espalhada pelo Estado do Rio de Janeiro.
Palavras-chave: Capacitação profissional; jovem aprendiz; educação a distância; democratização
do acesso ao mercado de trabalho.
Abstract. This work addresses the experience of an educational institution with 59 years of
experience in training adolescents and young people for the job market. In 2023, the institution
implemented a distance learning (EAD) learning program. Despite the initial resistance to change,
action strategies were devised that could reach different realities and that would generate
employment opportunities for a portion of the population spread across the State of Rio de Janeiro.
Keywords: Professional training young apprentice; distance education; democratization of access
to the labor Market.
1. Introdução
Em 2000, a promulgação da Lei 10.097 representou um marco significativo na história da inserção
profissional de adolescentes e jovens no Brasil. Essa legislação regulamentou a contratação de
aprendizes com idades entre 14 e 24 anos incompletos, garantindo-lhes o direito à
profissionalização (Brasil, 2000). Em julho de 2023, o Centro de Integração Empresa-Escola do
Rio de Janeiro (CIEE Rio) com a experiência na missão de conectar adolescentes e jovens ao
mundo do trabalho iniciou a implementação do Programa de Aprendizagem na modalidade EAD
(Educação à Distância). A aprendizagem remota permite que empresas e entidades formadoras
alcancem jovens em regiões sem instituições presenciais, estimulando o crescimento local e
oferecendo esperança para o futuro da juventude para que se prepare para o mundo de trabalho,
com qualidade e flexibilidade. A Portaria nº 3.872, de 21 de dezembro de 2023 do Ministério do
Trabalho e Emprego, estabelece diretrizes para cursos de aprendizagem profissional à distância,
especialmente em áreas com menor potencial de contratação. De acordo com a nova normativa,
cursos de Aprendizagem EaD podem ser autorizados em municípios com potencial de contratação
inferior a 100 aprendizes (Brasil, 2023). Com uma metodologia não-experimental e qualitativa
esse estudo de caso visa apresentar estratégias utilizadas na modalidade de atuação EAD
voltadas para o mundo do trabalho. Essa atuação busca auxiliar no desenvolvimento social,
econômico e profissional, especialmente em municípios do interior do Estado.
2. As estratégias de aprendizagem do Programa de Aprendizagem EAD
Com a iniciativa de superar as barreiras geográficas e democratizar o acesso à formação
profissional, foram pensados nos canais de trabalho que garantissem a qualidade necessária na
ABED – Associação Brasileira de Educação a Distância
capacitação. Foi definido um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), com funcionamento
através do navegador de internet. Um aplicativo não foi opção por exigir que o jovem tivesse
memória em seu celular para instalação de um novo recurso. Dentro do AVA, os conteúdos
aparecem conforme a evolução do contrato desse aprendiz, sua permanência é registrada e a
evolução dos conteúdos contabilizada.
Uma grande preocupação foi a de estabelecer uma rede de contatos ativa, que demonstrasse
para esse jovem que apesar de estar em casa, ele estava em um espaço de trabalho. Foram
escolhidos três canais de contato, WhatsApp, Microsoft Teams e E-mail. Em todos os canais, a
intenção é orientar e reforçar parâmetros necessários na execução de atividades laborais. No
WhatsApp, o grande desafio é concentrar as dúvidas no grupo de trabalho, pois os jovens acabam
compartilhando mensagens no privado, o entendimento de que aquele espaço necessita de limites
precisa ser resgatado em diversos momentos.
Nas chamadas de vídeo, através do Teams, são ministrados encontros síncronos na recepção de
cada jovem e oficinas temáticas para trabalhar conteúdos fundamentais no desenvolvimento
profissional e cidadão, como LGBTQIAPN+fobia, Análise SWOT, Postura em eventos
corporativos, Inteligência Artificial, entre tantos que contribuem para ampliar os horizontes do
aprendiz. No e-mail, é reforçada a necessidade de seguir uma rotina e de formalização de
contatos, tratando esse canal como o foco de registros e contatos.
Para fixação dos conteúdos e acompanhamento do aproveitamento realizado pelos jovens, existe
um Relatório de Aprendizagem, em formato de discursivo, para que seja feito um registro diário do
que foi aprendido e trabalhado. Essa estratégia visa trabalhar a capacidade de compilar
informações, registrar dados, organizar ideias e apresentar a esse profissional um caminho para
aproveitamento de conteúdos teóricos para rotinas práticas. Como ferramenta de trabalho, exige
atenção para o cumprimento dos parâmetros e orientações para que fique adequado ao objetivo.
3. Conclusão
A Aprendizagem Profissional à distância abre novas oportunidades de trabalho, permitindo que
jovens iniciem suas carreiras de maneira segura e enriquecedora, independentemente da sua
localização. Essa abordagem busca tornar a primeira experiência profissional uma porta para
futuras oportunidades, enquanto espera-se que a resistência a esse formato diminua ao longo do
tempo. Promover a inclusão social e gerar possibilidades a partir de estratégias possíveis em
realidades diversas é fundamental na expansão de horizontes e na transformação de vidas.
Referências
BRASIL. Lei da Aprendizagem. Lei n◦ 10.097, de 19 de dezembro de 2000. Brasília/DF, 2000.
BRASIL. Portaria MTE 3.872, de 21 de dezembro de 2023. Diário Oficial da República
Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 2023.
CLEMENTINO, J.V. Aprendizagem Profissional: a lei que promove o trabalho descente para
juventude e desenvolvimento econômico e social no Brasil. IPEA, Brasília, v.55, p.45 a 50,
ago, 2013.
OIT – ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Trabalho decente e juventude no
Brasil. Brasília: OIT, 2009.
